2022 Me Ensinou

 2022 me ensinou

A sobreviver a grande dor de uma perda. Um final de relacionamento pode ser mais doloroso do que a morte de alguém. Existe de fato a dor de um luto e as suas etapas que nem sempre são cronológicas. Dias que pareciam não ter fins, sonhos que me faziam reviver, pesadelos que devoraram a minha alma. Morria um pouquinho de mim, dia por dia. Por fim, eu só precisei sobreviver com ou sem anestesia. Eu não precisava ser feliz, muito menos gostar da situação, mas precisava aguentar e deixar tudo passar. Aos poucos passa...

Ser forte. Mesmo que eu não me considere uma pessoa forte, eu fui o máximo que consegui ser. Em todos os dias ruins existiu uma nova tentativa de me acalmar, de me alimentar, de realizar tarefas básicas. Fracassei por várias semanas seguidas, mas todo dia eu tentava um pouquinho novamente. 

Que não há garantias. Estava para me jogar novamente do precipício, até um "anjo" - alguém que nunca saberei quem é - me falar que na vida não há nenhuma garantia e que iria ficar tudo bem. Que o que eu fiz não deixava de ser menos importante, que eu não tinha culpa pelo roteiro ter mudado e o futuro não se controla. A vida é assim mesmo.

Jogar com probabilidade, mas saber que também existe a sorte e o azar. Costumo analisar as escolhas e ver as melhores probabilidades de dar certo ou não. Mas como na vida não há garantias, tudo vai depender também da sorte e do azar.

A dor de um fim se cura em um recomeço. Recomeçar foi me redescobrir. Eu tinha muito medo de quem eu seria após tudo aquilo, só sabia que não seria mais a mesma. Ainda tenho receio, sinto como se eu estivesse saindo e conhecendo uma nova pessoa. Mas estou me apaixonando por cada pedacinho meu dessa minha nova versão. 

Ser feliz novamente. Até agosto eu só pensava na frase "Nunca me vi tão infeliz na vida.". Parecia perpétuo, mas não foi. A dor passou aos pouquinhos com o recomeço. Cuidei de mim, do blog, das minhas plantinhas e dos meus gatos. Tentei ser a melhor aluna que eu pude no pole dance e na academia. Realizei alguns sonhos e tive conquistas bem legais. Conheci pessoas novas, me reaproximei de outras. Colori meus desenhos e aproveitei para colorir minha vida. Criei novas memórias, fotografias e teorias. Li alguns livros, assisti novas séries, conheci canais no youtube e reassisti vários filmes. Fui feliz novamente sozinha, com família, amigos e conhecidos. Recebi e dei muitos conselhos, além de fazer muuita fofoca ♥. 

Por fim, cheguei em dezembro bem calma e plena. Nem parece que um caminhão passou por cima de mim em mais da metade do ano e que ainda luto com uma transição de humor brusca por conta da distimia. Mas me sinto pronta para viver 2023 com tudo o que tenho direito!